república situada no istmo que une a América do Sul à América Central. O país,
dividido pelo Canal do Panamá, faz fronteira ao norte com o Mar do Caribe,
a leste com a Colômbia, ao sul com o Oceano Pacífico e a oeste com a Costa Rica. Tem uma
superfície de 77.082 km2. A capital é
a cidade do Panamá.
Território e recursos
Todo o país é atravessado por cadeias
montanhosas. A serra de Tabasará, a oeste, tem uma altitude média de 1.525 m. Outros sistemas montanhosos são a
cordilheira de San Blas e a serra do Darién, situadas no interior. Os rios mais
importantes são o Tuira e o Chagres. No Golfo
do Panamá encontra-se o arquipélago das
Pérolas.
O Panamá tem um clima tropical. As
precipitações são abundantes, com um índice mais elevado na costa do Caribe que
na do Pacífico. A vegetação da zona caribenha e do leste do país caracteriza-se
por florestas tropicais, enquanto que na costa do Pacífico predominam as
árvores caducifólias. A fauna é composta por espécies originárias da América do
Sul: puma, tatu, jaguatirica, tamanduá, cuatá, preguiça e veado, répteis e inúmeras
aves tropicais, além de outras procedentes da América do Norte.
População e governo
Mais de 75% da população é mestiça ou
mulata; quase 6% são descendentes das raças indígenas cuna, guarani e chocó, sendo o restante descendente de asiáticos,
negros africanos e brancos.
A população (1990) é de 2.329.329
habitantes, com uma densidade de 31 hab/km2. As principais cidades são a capital, Panamá (1.578.461
habitantes), e Colón (140.025 habitantes). O idioma oficial é o espanhol. Quase
84% da população é católica. O Panamá é regido pela Constituição de 1972,
revisada em 1983. O chefe do Estado é o presidente, eleito por voto popular
direto e secreto. O poder legislativo está nas mãos de uma Assembléia
constituída de uma única câmara.
Ver Direito panamenho.
Economia
A principal fonte de recursos está
associada às operações realizadas no Canal do Panamá, administrado em conjunto
com os Estados Unidos; o Panamá obterá o controle total do canal em 1999. O
Produto Interno Bruto é de 5,25 bilhões de dólares (1991), equivalentes a 2.256
dólares per capita.
Os principais cultivos são a banana,
a cana-deaçúcar, o arroz, o milho e o café. A pesca é uma das atividades mais
importantes do país. O principal produto mineral é o sal. Os produtos
industriais abastecem somente o mercado local.
A unidade monetária é o balboa.
História
Os povos indígenas americanos
assentados no território receberam influência indireta das civilizações maia e asteca.
O conquistador espanhol Rodrigo de Bastidas
chegou à região em 1501 e, um ano depois, Cristóvão
Colombo. Seu território foi incorporado ao vice-reinado do Peru
até 1718, quando passou a fazer parte do vice-reinado
de Nova Granada. O istmo converteu-se na rota de
quase todo o comércio que entrava e saía do Peru e das colônias vizinhas.
O Panamá declarou sua independência
da Espanha em 1821 e, voluntariamente, passou a fazer parte da República da
Grande Colômbia, com o nome de Departamento do Istmo. Contudo, a união nunca
foi estável, e ocorreram uma série de rebeliões para conquistar a independência,
obtida em 1903.
Os Estados Unidos obtiveram permissão
para escavar um canal que atravessaria o istmo, assim como os direitos
perpétuos de ocupar e controlar a faixa chamada Zona do Canal do Panamá. Em
troca, forneceriam compensações econômicas e garantiriam a independência do
país.
Manuel Amador Guerrero foi eleito o primeiro presidente da República. Durante a
construção do canal (1907-1914) e a I Guerra Mundial, os norte-americanos intensificaram suas
intervenções nos assuntos internos do país. A abertura do Canal do Panamá,
inaugurado formalmente em 1920, marcou o início de uma nova era de prosperidade
para o país. Um grupo revolucionário, chefiado por Arnulfo Arias, tomou o
poder em 1931. Em 1936 foi revisado o acordo de 1903 com os Estados Unidos, e o
Panamá obteve alguns direitos comerciais.
Após a II Guerra Mundial, na qual o Panamá lutou
ao lado dos aliados, intensificaram-se as demandas nacionalistas para que os
Estados Unidos cedessem seus direitos sobre o canal, especialmente depois que o
Egito assumiu o controle do Canal de Suez. Houve dois golpes de Estado e, em 1955, o general José
Antonio Ramón, que se auto-nomeou presidente, foi assassinado.
De 1956 a 1964, os grupos opositores
exigiram que os Estados Unidos aumentassem o valor do pagamento anual ao
Panamá. Em 1968, tomou o poder uma junta chefiada pelo coronel Omar Torrijos,
que tornou ilegal todos os partidos políticos. A economia continuou em profunda
crise. Em 1977 foram firmados os Acordos Torrijos-Carter que garantiam aos
Estados Unidos a manutenção e a defesa do canal até 1999 e concediam ao Panamá
uma porcentagem do pedágio.
Entre 1978 e 1985, três presidentes
foram eleitos. Apesar das reformas constitucionais, os militares, chefiados
pelo general Manuel Antonio Noriega, continuaram exercendo um poder excessivo; com as
acusações de tráfico de drogas contra Noriega, o governo norte-americano lançou
uma campanha a fim de destituí-lo do cargo. Em 1989, após a vitória de Guillermo Endara
nas eleições presidenciais, o governo de Noriega anulou os resultados.
Nesse mesmo
ano, 24.000 fuzileiros navais norte-americanos invadiram o Panamá e instalaram
Endara na presidência. Sua administração foi marcada pelo aumento do crime
organizado e por uma economia empobrecida. Ernesto Pérez Balladares, da facção
direitista do Partido Revolucionário Democrático (PRD), ganhou as eleições
presidenciais de 1994.
Bandeira do Panamá
Cidade do Panamá
A cidade do Panamá, capital do Panamá, é um ativo
centro comercial e de transportes na costa do Oceano Pacífico, na extremidade
do Canal do Panamá. Embora a maior parte do país seja agrícola, a cidade do
Panamá tem uma grande atividade. O canal atrai navegantes, funcionários do
governo e comerciantes estrangeiros. Além disso, a grande cidade moderna é
visitada por turistas e homens de negócios.
Direito panamenho, as fontes do Direito do Panamá estão definidas nos artigos 10 e 13
do Código Civil (lei 2 de 1916). A inexistência de lei aplicável de forma
precisa ao ponto controvertido implica na adoção das leis que regulamentam
casos ou matérias semelhantes e, na sua falta, da doutrina constitucional, das
regras gerais do Direito, do costume e da moral cristã.
Hierarquia normativa
De acordo com o artigo 35 do Código
Civil, a Constituição é a lei reformadora e com poderes para anular a legislação
preexistente. Todo dispositivo legal anterior à Constituição e contrário aos
seus princípios será considerado inconstitucional. O artigo 15 do Código Civil
acrescenta que os mandados e demais atos executivos do governo, expedidos no
exercício do poder regulamentar, têm força obrigatória e serão aplicados sempre
que não contrariem a Constituição ou as leis. O artigo quarto da Constituição
estabelece que o Panamá acata as normas do Direito internacional.
A norma fundamental do Estado
A Constituição panamenha promulgada
em 1972 é a norma fundamental do Estado. Sofreu reformulações em 1978, 1983 e
1994. A tradição democrática ofereceu ao país constituições políticas em 1904,
1941 e 1945.
Natureza e organização do Estado
O Estado panamenho, denominado
República do Panamá, é soberano e independente. Seu governo é unitário,
republicano, democrático e representativo e o poder público emana do povo. É
exercido pelo Estado por meio dos órgãos legislativo, executivo e judiciário,
os quais atuam de forma limitada e com independência, porém em regime de
colaboração. O território panamenho está estruturado em nove províncias e
estas, por sua vez, em distritos. Os distritos dividem-se em corregedorias.
O município é a organização política
autônoma da comunidade, estabelecida em um distrito. Cada distrito possui um
alcaide eleito, por votação direta, para cumprir um mandato de cinco anos; e
cada província, um governador nomeado pelo órgão executivo, com plenos poderes
para removê-lo. Segundo o artigo 305 da Constituição, o Panamá não tem exército. Os símbolos
da nação, declarados no artigo sexto da Constituição, são o hino, a bandeira e
o escudo de armas.
Panamá, Canal do, canal que une os oceanos Atlântico e Pacífico através do istmo do Panamá.
Desde Cristóvão, na baía de Limón (um braço do mar do Caribe) até Balboa,
no golfo do Panamá, o canal possui 64 km de extensão, sem considerar os canais dragados de união
de cada extremo. A profundidade mínima é de 12,5 m e a largura mínima é de 91,5 metros.
A união do canal com o Atlântico se
realiza através de 7,2 km de canal
dragado. O canal se prolonga ao longo de 11,1 km, virando um pouco a oeste antes de chegar às eclusas de Gatún. Estas se abrem
umas às outras diretamente e são duplas. Daí atravessa o lago Gatún na direção
sul e sudeste até a boca do Gaillard Cut, onde, finalmente, se encontra a
eclusa de Pedro Miguel. Através do lago Miraflores alcança outras duas
comportas e o canal corre ao longo de 4 km
até Balboa, onde se estende um canal dragado de 8 km que chega até a baía.
Em 1903, com o Tratado
Hay-Bunau-Varilla, foi levado em frente o projeto do canal e se estabeleceu que
os Estados Unidos garantiriam a independência do Panamá entre outros fatores.
Em 1977 os Estados Unidos e o Panamá firmaram dois novos tratados.
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