Dados gerais
Nome oficial:
Estados Unidos da América.
Capital:
Washington.
Nacionalidade:
americana ou estadunidense.
Língua: inglês
(oficial); espanhol (minoria).
Religião:
cristianismo (protestantes: batistas, metodistas, luteranos, ortodoxos,
maioria; católicos); islamismo, judaísmo, budismo etc.
Data nacional: 4/7
(Independência).
Moeda: dólar
(dividido em 100 cents).
Geografia
Localização:
centro da América do Norte.
Área: 9.372.614
km².
Limites: Canadá
(N); oceano Pacífico (O); oceano Atlântico (L); México e golfo do México (S).
Características:
planície costeira separada da central pelos montes Apalaches (L); Grandes Lagos
(Érié, Huron, Michigan, Ontário, Superior, principais) e montanhas (N); cadeia
montanhosa das Rochosas (de NO a SO); cadeia da Costa (costa do Pacífico);
serra Nevada (SO); vale Central da Califórnia (O); planaltos do Colorado (SO) e
da Colúmbia (NO); pradarias (centro).
Ponto mais
elevado: monte McKinley (6.194 m) (Alasca).
Clima: temperado
continental (L); subtropical (SE); de montanha (centro e montanhas Rochosas);
árido tropical (SO); mediterrâneo (costa O); árido frio (NO).
Rios principais:
Mississippi, Missouri, Grande, Yukon, Arkansas, Ohio, Vermelho, Colorado,
Snake.
Cidades mais
populosas: Nova York (7,3 milhões hab.); Los Angeles (3,4 milhões); Chicago
(2,7 milhões); Houston (1,6 milhão); Filadélfia (1,5 milhão); San Diego (1,1
milhão) (1992).
Hora local (em
relação a Brasília): -2h (Nova York, Washington D.C.); -5h (costa O); -7h
(Havaí); -7h a -8h (Alasca).
Demografia
População: 257,8
milhões (1994); urbana: 75,2% (1990).
Densidade
(hab./km²): 27,5 (1994).
Composição
demográfica: brancos, 80,3%; negros, 12,1%; outros, 7,6% (1990).
Faixas etárias:
0-14: 21,9%; 15-59: 61,4%; mais de 60: 16,7% (1991).
Crescimento
demográfico: 0,9% (1985-1992).
Natalidade: 16 por
mil (1992).
Mortalidade: 8,5
por mil (1992); mortalidade infantil: 10,3 por mil (1991).
Fertilidade (no de filhos por mulher): 2 (1989).
Expectativa de
vida: homens: brancos: 72,6; negros, 68,4; mulheres: brancas: 79,3; negras,
76,3 (1990).
Governo
Regime: república
presidencialista.
Divisão
administrativa: 50 Estados e o distrito de Columbia.
Territórios: Guam,
Ilha Wake, Ilhas Marianas do Norte, Ilhas Virgens Americanas, Porto Rico, Samoa
Americana.
Chefe de Estado e
de governo: presidente Bill (William Jefferson) Clinton (desde 20/1/1993).
Regime partidário: pluripartidarismo;
principais partidos: Republicano, Democrata.
Legislativo:
bicameral – Senado, com 100 membros (2/3 para mandatos de 6 anos e 1/3 para 2
anos), e Câmara dos Representantes, com 435 membros eleitos para mandatos de 2
anos, ambos por voto direto.
Constituição em
vigor: 4/3/1789 (27 emendas).
Economia
Composição:
agricultura: 2% do PNB (1991); indústria: 27,5% do PNB (1990); comércio: 16%;
serviços: 53,8% do PIB (1989).
Agricultura:
milho, soja, trigo, aveia, cevada, batata, beterraba, frutas cítricas, algodão,
tabaco, feno.
Pecuária: bovinos,
suínos, aves.
Pesca: 4 mil t
(1992).
Indústria:
equipamentos de transporte, máquinas industriais, aparelhos elétricos, refino
de petróleo, gráfica e editorial, metalúrgica.
Minerais:
petróleo, gás natural, carvão, cobre, ferro, prata, urânio.
Exportações: US$
420,8 bilhões (1992); produtos: máquinas industriais e equipamentos de
transporte, artigos manufaturados de base, combustíveis químicos e
lubrificantes (1992).
Importações: US$
551,6 bilhões (1992); produtos: máquinas industriais e equipamentos de
transporte, artigos manufaturados de base, químicos e derivados, alimentos e
animais vivos (1992).
Parceiros
comerciais: Canadá, Japão, México, Reino Unido, Alemanha.
Pesos e medidas:
padrões britânicos.
Produto Interno
Bruto (PIB): US$ 5,9 trilhões (1992); renda per capita: US$ 23.240 (1992);
crescimento anual: 1,7% (1980-1992).
Inflação anual:
2,7% (1993).
Dívida externa:
US$ 623,3 bilhões (1992).
Força de trabalho:
129,5 milhões (1993); agricultura: 2,7%; indústria: 24%; outros: 73,3% (1993);
mão-de-obra feminina: 45% (1991).
Desemprego: 6,7%
(1993).
Saúde
Leitos
hospitalares: 1 por 188 hab.; médicos: 39,1 por 10 mil hab. (1992).
Investimento:
19,6% do orçamento (1991/1992).
Educação
Analfabetos: 4,5%
(1980).
Alunos de 1o e 2o graus: 48,1 milhões; professores: 2,7 milhões
(1992/1993).
Alunos no ensino
superior: 14,5 milhões; professores: 890 mil (1990/1991).
Investimento:
13,8% do orçamento (1990/1991).
Transportes
Rodovias: 6,2
milhões km; 58% pavimentados (1990); no de veículos: 188,5 milhões; automóveis: 143,5
milhões (1990).
Ferrovias: 232 mil
km (1990).
Portos: Nova York,
Nova Orleans, Houston, Duluth Superior (canal do rio São Lourenço-Grandes
Lagos) e ao longo dos rios Mississippi e Ohio.
Linhas aéreas:
American Airlines, Braniff, Continental Airlines, Delta Airlines, Piedmont
Airlines, Trans World Airlines, United Airlines, Northwest Airlines (vôos
internacionais e domésticos); USAir (regionais); Hawaiian Airlines
(domésticos), Flying Tiger Lini (carga).
Comunicações
Receptores de
rádio: 1 por hab. (1991).
Receptores de TV:
1 por 1,2 hab. (1991).
Linhas
telefônicas: 1 por 2 hab. (1990).
Jornais: 1.755
diários; no de exemplares por mil hab.: 249 (1992).
Defesa
Efetivo total: 1,7
milhão (1993); exército: 586 mil; marinha: 693 mil; força aérea: 450 mil.
Investimento:
18,9% do orçamento (1993/1994).
Representação
diplomática
SES – Av. das
Nações, lote 3, quadra 801, CEP 70403-900, Brasília, DF; tel. (061) 321-7272;
fax (061) 225-9136.
Independência na América
A independência
dos Estados Unidos, a Revolução Francesa, a difusão das idéias iluministas, a
expansão napoleônica e o crescimento do comércio marítimo inglês enfraquecem o
controle colonial e estimulam movimentos pela independência nas colônias da
América Central e do Sul, a partir do final do século XVIII.
Crise do colonialismo – Embora separada por algumas
décadas, a independência dos Estados Unidos e a dos países da América espanhola
inserem-se no mesmo contexto de ascensão da burguesia e de mudanças políticas
radicais. Essas mudanças serão introduzidas, entre os séculos XVIII e XIX, pela
influência do pensamento iluminista francês e do liberalismo inglês.
Antecedentes – Espanha e Portugal, as
principais potências coloniais na América, procuram revitalizar a estrutura
colonial por meio do protecionismo econômico e da difusão da cultura européia e
do catolicismo. Essas medidas se chocam com os interesses econômicos da
Inglaterra, França e Estados Unidos, que pretendem o livre comércio e novos
mercados para seus produtos industriais. Nas colônias cresce o sentimento de
identificação nacional e o movimento de emancipação inspirado nos ideais de
liberdade e igualdade de direitos importados da Revolução Francesa.
Influência
inglesa –
Enquanto a França e a Espanha são aliadas, a Inglaterra tenta conquistar a
região do Prata, entre 1806 e 1807, e apóia os autonomistas da Capitania Geral
de Caracas, chefiados por Francisco Miranda. Com a invasão da Espanha por
Napoleão, os britânicos aliam-se à resistência espanhola mas procuram se manter
neutros aos movimentos da região até 1814, quando passam a fazer a mediação dos
conflitos das colônias. O apoio da Inglaterra às nações americanas que se
tornam independentes tem como objetivo o controle do comércio da região. Isso
impede que outros países europeus auxiliem a Espanha na luta contra os
“patriotas” e fortalece a Doutrina Monroe, de 1823, contrária à intervenção
européia na América.
Formação dos Estados Unidos
Em 1777, um ano
depois da independência, cada um dos 13 Estados norte-americanos substitui seus
estatutos coloniais por constituições próprias que garantem a soberania do
povo, a divisão de poderes, a elegibilidade dos cargos públicos e a separação
da igreja do Estado.
República
norte-americana
– Em 1787 os Estados concordam, na Convenção de Filadélfia, em estabelecer uma
República federativa presidencialista, cujo texto constitucional só entra em
vigor em 1789. A Constituição garante a divisão de poderes e um sistema de
controle mútuo. Os assuntos relacionados à defesa, moeda e assuntos externos
são de competência do governo federal, enquanto os demais são incumbência dos
Estados.
Conquista do
Oeste – É
estimulada desde o governo de George Washington (1789-1796), que oferece
facilidades, como preços baixos para as terras conquistadas e prêmios aos
pioneiros. Milhares de colonos organizam caravanas e passam a enfrentar os
índios da região tomando suas terras. Antes da expansão existem cerca de 1
milhão de índios no Oeste norte-americano. Em 1860 a população indígena está
reduzida a cerca de 300 mil, que passam a viver em reservas oficiais.
Independência dos EUA
A Independência
dos Estados Unidos destrói a unidade do
sistema colonial, colaborando decisivamente para a derrocada do Antigo Regime.
As 13 colônias, estabelecidas a partir do século XVII no território
norte-americano, contam, nas últimas décadas do século XVIII, com mais de 2
milhões de colonizadores. No centro – Pensilvânia, Nova York, Nova Jersey e
Delaware – e no norte – Massachusetts, New Hampshire, Rhode Island e
Connecticut – europeus exilados por motivos políticos ou religiosos vivem em
pequenas e médias propriedades. Embora a Inglaterra proíba o estabelecimento de
manufaturas nas colônias, a incipiente indústria do centro-norte não é
incomodada pelas autoridades, pois não compete com o comércio da metrópole. No
sul – Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia –
predomina a grande propriedade rural, ocupada pela monocultura dirigida à
exportação e tocada pela mão-de-obra escrava, com pouco espaço para o trabalho
livre. Os nortistas, no entanto, atravessam as fronteiras e concorrem com o
comércio metropolitano, levando a Inglaterra a endurecer a política com as
colônias.
Influência da
Guerra dos Sete Anos – Travada de 1756 a 1763 entre a Inglaterra e a França e vencida pelos
ingleses, transfere para a Coroa britânica a maioria das possessões francesas,
incluindo as terras situadas na América, a oeste das 13 colônias. Como os
colonos norte-americanos não haviam contribuído para o esforço militar inglês,
o Parlamento decide cobrar deles os custos da guerra, aumentando as taxas e
reforçando os direitos da Coroa no continente.
Novos impostos
ingleses – São
cobrados para cobrir as despesas com uma força militar de 10 mil homens
deslocada para a América pelos ingleses. O Parlamento aprova, em 1764, a Lei do
Açúcar (Sugar Act) e, em 1765, a Lei do Selo (Stamp Act).
Lei do
Açúcar –
Proíbe a importação de rum estrangeiro e taxa a importação de carregamentos
de açúcar procedentes de qualquer lugar que não das Antilhas britânicas.
Lei do Selo – Institui a cobrança de
impostos sobre documentos, impondo selagem até a baralhos e dados. As leis do
Açúcar e do Selo são revogadas por pressões dos colonos e dos comerciantes
ingleses, boicotados pelos norte-americanos.
Lei dos
Alojamentos
– É aprovada em 1765 e exige dos colonos norte-americanos o pagamento pelos
alojamentos e alimentação das tropas inglesas.
Lei do Chá
(Tea Act) –
É o estopim da crise entre a colônia e a metrópole, pois dá o monopólio do
comércio do chá à Companhia das Índias Orientais, depositária dos interesses de
diversos políticos ingleses. Com a nova legislação, a Companhia transporta o
chá diretamente das Índias para a América, prejudicando os intermediários
residentes na colônia.
Festa do chá
em Boston –
Nome pelo qual é conhecida a destruição, em 1773, de três centenas de caixas de
chá retiradas dos navios ingleses, no porto de Boston, por comerciantes
disfarçados de índios.
Leis
Intoleráveis
– O nome designa as leis promulgadas pelo Parlamento, em 1774, em represália à
revolta da Festa do chá, com o objetivo de conter o clima de insubordinação. O
porto de Boston é interditado até o pagamento dos prejuízos e são tomadas
outras medidas severas, como o julgamento e a punição de todos os colonos
envolvidos em distúrbios contra a Coroa. As Leis Intoleráveis provocam a
convocação do Primeiro Congresso Continental de Filadélfia (1774),
não-separatista, cujos participantes pedem ao rei e ao Parlamento a revogação
da legislação autoritária como forma de concretizar a igualdade de direitos dos
colonos.
Batalha de
Lexington –
Acontece em 1775, quando um destacamento inglês tenta destruir um depósito de
armas controlado pelos rebeldes e encontra feroz resistência por parte de
tropas coloniais semi-improvisadas. É considerado o marco inicial da guerra
pela independência. Os colonos se organizam militarmente e são declarados
rebeldes pelo trono inglês. A revolta contra a Inglaterra se instala de forma
declarada.
Guerra da
Independência –
Começa em 1775, com a tomada de Boston pelos norte-americanos, e se estende até
1781, com a derrota da Coroa. Em 1776, a Virgínia declara-se independente. O
Segundo Congresso da Filadélfia, reunido desde 1775, nomeia George Washington,
da Virgínia, comandante das tropas norte-americanas e conclama os cidadãos às
armas.
Declaração de
Independência –
É redigida por uma comissão de cinco membros liderados por Thomas Jefferson. O
documento, com mudanças introduzidas por Benjamin Franklin e Samuel Adams, é
promulgado em 4 de julho de 1776, na Filadélfia, por delegados de todos os
territórios. A Declaração de Independência dos Estados Unidos é inspirada nos
ideais do Iluminismo e defende a liberdade individual e o respeito aos direitos
fundamentais do ser humano.
George Washington
(1732-1799), filho de um grande proprietário de terras da Virgínia, torna-se
agrimensor. É encarregado de levar um ultimato aos franceses que haviam
invadido terras do Ohio. Não é atendido e recebe o posto de tenente-coronel,
participando da luta contra os franceses, derrotados em 1758. Eleito para o
Parlamento da Virgínia (1759-1774), ataca a política colonial inglesa. Com o
início da guerra da Independência, em 1775, é nomeado comandante-em-chefe,
cargo que ocupa até a vitória final dos norte-americanos. É convocado para
presidir a convenção federal da Filadélfia, quando coloca a Constituição de
1787 em votação. Em 1789 é eleito, por unanimidade, o primeiro presidente dos
Estados Unidos. No final de 1792, é reeleito por unanimidade e, terminado o
mandato, recusa-se a concorrer novamente, estabelecendo uma norma eleitoral nos
Estados Unidos.
Ajuda francesa – A participação de tropas
francesas é decisiva na consolidação das lutas pela independência dos EUA. A
intervenção acontece graças à afinidade com os norte-americanos em relação aos
ideais libertários do Iluminismo. É também um revide à derrota sofrida na
Guerra dos Sete Anos. Os franceses fornecem o capital necessário para sustentar
o movimento e aliciam os espanhóis contra os ingleses. A participação da
Marinha francesa é fundamental na ampliação da guerra, levada ao Caribe e às
Índias. Finalmente, em 1781, o Exército inglês se rende em Yorktown, depois de
sitiado pelas tropas rebeldes.
Tratado de
Versalhes –
Reunido em 1783, reconhece a independência dos Estados Unidos da América. Os
aliados dos norte-americanos são recompensados: a França recupera Santa Lúcia e
Tobago, nas Antilhas, e suas possessões no Senegal; a Espanha ganha a ilha de Minorca
e a região da Flórida.
Primeira
Constituição dos EUA – Proclamada em 1787, representa um compromisso entre a tendência
republicana, liderada por Jefferson e responsável pela grande autonomia dos
Estados membros da federação, e a tendência federalista, defensora de um poder
central forte. No geral, os princípios constitucionais de 1787 continuam em
vigor, como a adoção da república federativa presidencialista como forma de
governo; a separação dos poderes em Executivo (administração), Legislativo (elaboração
das leis) e Judiciário (aplicação da justiça); e o estabelecimento de direitos
civis e políticos, como as liberdades de expressão, de imprensa, de crença
religiosa e de reunião, a inviolabilidade do domicílio e da correspondência e o
direito a julgamento.
GUERRA FRIA
Tem como eixo a
disputa pela hegemonia mundial entre as duas superpotências, que se estenderá
por mais de 40 anos. Com sistemas sociais e políticos opostos, armas nucleares
e políticas de conquista da hegemonia mundial, Estados Unidos e União Soviética
mantêm o mundo sob a ameaça de uma guerra nuclear. São chamadas de
superpotências porque cada uma delas tem armamentos suficientes para destruir o
planeta sozinha.
HEGEMONIA DOS EUA
Conquistada em
virtude do fortalecimento dos Estados Unidos durante a guerra, concomitante ao
enfraquecimento relativo das potências européias. A economia norte-americana se
expande internacionalmente. Suas Forças Armadas detêm o monopólio da bomba
atômica e disseminam bases pelo mundo. Washington dita a política no Ocidente e
disputa a hegemonia no resto do planeta. A supremacia econômica é alcançada com
a exportação de capitais, empresas, produtos industriais e agrícolas e
tecnologia. As empresas norte-americanas tornam-se multinacionais, com filiais
espalhadas por todo o mundo. Exercem influência sobre as economias nacionais e
determinam seu rumo. A busca da hegemonia política tem por base a Doutrina
Truman.
Neocolonialismo
O colonialismo do
século XIX (neocolonialismo), incrementado a partir de 1880, tem por base uma
nova divisão econômica e política do mundo pelas potências capitalistas em
ascensão. Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha experimentam um auge
industrial e econômico a partir de 1870, seguidos pela França e Japão. Itália e
Rússia ingressam na via da industrialização nesse mesmo período. Os monopólios
e o capital financeiro de cada potência competem acirradamente pelo controle
das fontes de matérias-primas e pelos mercados situados fora de seus países.
Tipos de
colônia – O
neocolonialismo desenvolve política que tem por eixo dois tipos de colônia: as
colônias comerciais e as colônias de assentamento. As colônias comerciais devem
fornecer matérias-primas e, ao mesmo tempo, constituir-se em mercados
privilegiados para produtos e investimentos de capitais das metrópoles. As
colônias de assentamento servem de áreas de recepção dos excedentes
populacionais das metrópoles.
ESTADOS UNIDOS
Na fase final da 1a Guerra Mundial os Estados Unidos dão início à
sua interferência nos assuntos europeus. Fornecem empréstimos à Entente, enviam
tropas e mediam o armistício, por meio dos 14 pontos do presidente Wilson.
Problemas sociais e econômicos internos fazem o país oscilar entre isolamento e
intervencionismo. Os anos 20 são marcados por agitações sociais, greves,
atentados e manifestações populares. Imigrantes europeus se destacam nesse
processo, sendo presos e deportados os suspeitos de anarquismo ou radicalismo.
Os anarquistas italianos Niccola Sacco e Bartolomeo Vanzetti são condenados à
cadeira elétrica em 1921. A Lei Seca é promulgada em 1920, com o objetivo de
combater o absenteísmo no trabalho e outras práticas sociais consideradas
desagregadoras. Mulheres lutam pelo direito de voto, refletindo seu peso crescente
no mercado de trabalho (2 milhões em 1914 e 10 milhões em 1930). Entre 1921 e
1924 são colocadas em prática restrições à imigração, com base em leis
racistas, e a Ku Klux Klan, agremiação racista clandestina, desencadeia entre
1924 e 1926, no sul e centro-oeste, uma campanha de violências contra negros,
católicos, judeus, intelectuais e adversários da Lei Seca.
2a Guerra Mundial
A humilhação
sofrida pela Alemanha com o Tratado de Versalhes cria as condições ideais para
a germinação do nacional-socialismo – nazismo – alemão e a ascensão de Hitler
ao poder, em 1933. O nacional-socialismo toma o poder pela violência, elimina
as dissensões internas com métodos violentos e combate a divisão do mundo
produzida pela 1a Guerra, quando os mercados mundiais são
repartidos entre França, Bélgica, Reino Unido, Holanda, Itália, Japão e Estados
Unidos. A política alemã não deixa dúvidas quanto aos desejos de Hitler: o
carvão e o ferro da Sibéria; o petróleo da Rumânia e Cáucaso; o trigo da
Ucrânia. E, especialmente, o reordenamento do mundo colonial.
Ameaça nuclear
– Após a explosão da primeira bomba atômica em 1945, os Estados Unidos
fazem testes de novas armas nucleares no atol de Bikini, no Pacífico, e criam a
Comissão de Energia Atômica para a expansão de seu poderio nuclear. Em 1949 a
União Soviética explode seu primeiro artefato atômico no deserto do
Cazaquistão, entrando na corrida nuclear. O mundo ingressa assim na era do
terror atômico, na qual cada uma das superpotências se esforça por conseguir
uma bomba mais potente que a experimentada pela outra. Em 1952 os Estados
Unidos explodem a primeira bomba de hidrogênio, com potência de 15 milhões de
TNT (750 vezes mais potente que a primeira bomba atômica). Em 1955 a União
Soviética lança sua bomba de hidrogênio de um avião, considerado um importante
avanço técnico sobre os norte-americanos. Essa corrida coloca o mundo diante do
perigo da destruição. Mas outros países, como Reino Unido, França, China e
Índia, entram no rol de países que têm armas nucleares. Países suspeitos de
terem a bomba incluem Paquistão e Israel. Em 1963 é assinado o primeiro acordo
de limitação de atividades nucleares, proibindo testes na atmosfera.
Corrida espacial
As primeiras
experiências com foguetes datam de 1935. São realizadas simultaneamente na
Alemanha e Estados Unidos e estão diretamente vinculadas às pesquisas sobre
novos armamentos. Durante a 2a Guerra
Mundial, o governo alemão usa os princípios de propulsão de foguetes para
construir as primeiras bombas voadoras, a V-1 e a V-2, num programa coordenado
por Wernher von Braun. É com essa tecnologia capturada dos alemães que Estados
Unidos e União Soviética dão início à chamada corrida espacial: a luta pela
primazia na conquista do espaço. Cada passo dessa corrida traduz-se em avanços
tecnológicos: novos materiais, aperfeiçoamento de motores, armamentos,
satélites meteorológicos e de comunicação.
Guerra de
máquinas – A 2a Guerra Mundial é uma guerra de máquinas,
aviões, tanques, colunas motorizadas, artilharia pesada, navios e submarinos.
Antes da explosão do conflito, os Estados Unidos esforçam-se por desenvolver a
indústria de guerra e reúnem uma produção bélica 50% mais poderosa do que as da
Alemanha e Japão juntos. Nos anos de 1943 e 1944, os Estados Unidos fabricam um
navio por dia e um avião a cada cinco minutos.
Crise econômica – O protecionismo comercial
favorece a indústria, mas não facilita as exportações. O aumento do consumo e
os novos processos de trabalho (produção em série e linha de montagem) fazem
com que a produção de bens de consumo, automóveis e construção dobre entre 1921
e 1929. Mas o consumo e as exportações não acompanham o crescimento da
produção. O mercado fica saturado, há queda das vendas, endividamento bancário,
diminuição e paralisia das atividades industriais, desemprego, retração das
compras e maior saturação do mercado, numa espiral recessiva.
Quebra da
Bolsa de Nova York – A expansão do crédito bancário e a especulação financeira chegam a seu
limite em 24 de outubro de 1929, com a quebra da Bolsa de Nova York, conhecido
também como crack da bolsa. No setor de crédito, 9.096 bancos quebram e
as cotações das ações reduzem-se em 87% entre setembro de 1929 e julho de 1932.
As atividades econômicas regridem ao nível de 1913. O desemprego toma
proporções gigantescas (retratado no filme Tempos modernos, de Charles
Chaplin). Na década de 30 são mais de 13 milhões de pessoas que percorrem o
país em busca de emprego. A supressão dos créditos americanos a outros países,
a paralisação das exportações para a América e a queda dos preços das
matérias-primas dá amplitude mundial à crise. Para frear a queda dos preços,
milhares de toneladas de produtos agrícolas são destruídos nos Estados Unidos,
Europa e América Latina. Em 1932 Franklin Roosevelt assume a presidência.
Repercussão
internacional – Em conseqüência da quebra da Bolsa, o comércio internacional regride e
surgem em diversos países medidas protecionistas como a proibição pura e
simples da importação de algumas mercadorias até a limitação na utilização de
divisas. O padrão ouro é substituído pelo dólar. A crise monetária reflete-se
nos balanços internacionais de pagamentos e vários governos suspendem as
amortizações de dívidas e o pagamento de serviços correspondentes. O número de
desempregados nos 32 países mais ricos passa de cerca de 6 milhões em 1929 para
25,4 milhões em 1932. A redução de salários, nos EUA, é de 39% entre 1929 e
1931 e de 60% em 1932.
Roosevelt
presidente – Em
1932, no auge da crise que começara em 1929, Franklin Delano Roosevelt,
político de família aristocrática, é eleito pelo Partido Democrata presidente
dos EUA. Começa a política de reformas conhecida como New Deal (Novo Acordo),
que irá promover a recuperação da economia do país.
Pós 2a Guerra Mundial
O término do
conflito muda o panorama político e econômico internacional. As perdas
materiais e humanas da Europa e do Japão rebaixam a posição das antigas
potências. Os Estados Unidos surgem como superpotência, o mesmo acontecendo com
a União Soviética, apesar das perdas. Surgem novas nações e novas organizações
internacionais, como a ONU, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional,
criados em 1945. O mundo entra na era nuclear dividido em dois campos: o
capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o comunista, sob hegemonia da
União Soviética.
ONU
A Organização das
Nações Unidas (ONU) surge em 1945, depois da 2a Guerra Mundial. Substitui a Liga das Nações,
criada no final da 1a Guerra, e tem como
objetivo garantir a paz mundial e a cooperação entre os países. Em 1o de janeiro de 1942, em Washington, Estados
Unidos, é elaborada a Declaração das Nações Unidas por representantes de 26
nações. Na ocasião, o presidente Roosevelt pronuncia pela primeira vez a
expressão “nações unidas”. Três anos depois, a Conferência de São Francisco
reagrupa 50 países, sob o comando dos Estados Unidos, Reino Unido, China e
União Soviética. É assinada a Carta das Nações Unidas. A primeira sessão da ONU
acontece em Londres, em janeiro e fevereiro de 1946. A sede oficial passa a ser
Nova York.
Atualmente, das
192 nações existentes, 185 integram a ONU. Os principais órgãos da ONU são a
Assembléia Geral, Conselho de Segurança, Conselho Econômico e Social, Corte
Internacional de Justiça e Secretaria Geral. Há ainda agências especializadas,
organismos intergovernamentais que trabalham em colaboração com a ONU, como o
FMI, Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Internacional do Trabalho
(OIT).
Política
externa –
Roosevelt rompe a política do isolacionismo. Os Estados Unidos entram na
Organização Internacional do Trabalho em 1934, mas o presidente não consegue
apoio interno para aderir ao Tribunal Internacional de Justiça. O país
reconhece a União Soviética em 1933 e evita repetir o intervencionismo militar
na América Latina (‘’política de boa vizinhança’’). Renuncia ao domínio sobre
Cuba e ao protetorado sobre o Haiti. Na VIII Conferência Pan-Americana de 1938,
os Estados Unidos prometem para 1944 a independência das Filipinas. A Lei sobre
Neutralidade é modificada, em 1937, deixando de proibir a venda ou fornecimento
de armas a países em guerra. Criam-se condições para fornecer armamentos a
países em oposição à Alemanha e ao Japão. O fim da neutralidade norte-americana
é anunciado no Discurso da Quarentena, em outubro de 1937, em Chicago.
Roosevelt afirma que a epidemia de violência no mundo torna impossível a
neutralidade e ordena o rearmamento a partir de 1938. Em novembro de 1940 é
criado o Conselho de Defesa Nacional e, em janeiro de 1941, Roosevelt proclama
as Quatro Liberdades: expressão, culto, luta contra a miséria e luta contra o
medo. Em março de 1941 é aprovada a Lei do Crédito e do Arrendamento, que
permite o envio de materiais de guerra aos aliados sem pagamento à vista.
Mudanças nos Estados Unidos
A corrida
armamentista com a União Soviética, a derrota militar no Vietnã, a presença
hegemônica americana em todo o mundo, o predomínio do sistema financeiro, as
crises do petróleo e a concorrência de produtos alemães e japoneses introduzem
mudanças na economia americana, que entra num período de relativo declínio.
Essa situação influi na posição mundial dos Estados Unidos.
Declínio
econômico –
Caracteriza-se por perda do poder competitivo das indústrias e da agricultura
americanas, aumento constante do déficit comercial, predomínio do sistema
financeiro sobre o produtivo e pela transformação dos Estados Unidos, de maior
credor internacional, em maior devedor mundial. Durante as décadas de 70 e 80
as empresas japonesas e alemãs introduzem com mais rapidez as inovações da nova
revolução tecnológica, reduzindo custos e produzindo em escala superior. A
revolução verde iniciada nos anos 60 faz com que a maioria dos antigos países
importadores de alimentos e matérias-primas agrícolas se torne auto-suficiente
ou exportador de alimentos a custos mais baixos. O volume global das
exportações americanas durante os anos 70 e 80 cai, enquanto o volume das
importações cresce sem parar. O salto nos preços do petróleo após a crise de
1973 agrava as despesas de importação. Em alguns anos o déficit atinge cifra
superior a US$100 bilhões. Para sustentar a corrida armamentista e a política
externa hegemônica, assim como os déficits comerciais, o governo americano toma
dinheiro no mercado internacional, principalmente no mercado japonês. No final
dos anos 80, os Estados Unidos pagam mais de US$ 100 bilhões anuais de juros. O
sistema financeiro acelera sua expansão durante o governo Reagan (1981-1988),
cuja política econômica privilegia os juros altos, as isenções de impostos nas
operações financeiras e os cortes nos programas assistenciais. Esse privilégio
encarece a produção e agrava o declínio competitivo americano.
Ampliação dos
direitos civis
– Ocorre como conseqüência das lutas dos negros e outros segmentos da população
americana desde os anos 60. A lei sobre direitos civis, de 1964, estabelece a
igualdade de direitos entre negros e brancos e é complementada, no ano
seguinte, pela lei que proíbe negar o direito de voto à população negra. Os
movimentos pela paz, a partir de 1967, culminam com os acordos de Genebra e a
retirada das tropas americanas do Sudeste Asiático, em 1973, no governo do
presidente Richard Nixon, que deixa o cargo em 1974 sob a ameaça de sofrer o
impeachment por violação dos direitos civis no caso Watergate.
Richard Nixon (1913-1994), político norte-americano que
notabiliza-se inicialmente como um dos incentivadores da campanha anticomunista
dos anos 50, como assessor do senador Joseph McCarthy. Em 1960 concorre à
presidência pelo Partido Republicano, mas é derrotado por John Kennedy.
Torna-se presidente dos Estados Unidos em 1968 e é reeleito em 1972. Apesar de
ser considerado um dos mais duros anticomunistas americanos, inicia uma
política de distensão com o Vietnã que acaba por retirar os Estados Unidos da
guerra, em 1973. Também promove o início da ‘’détente’’ (distensão) com a União
Soviética e aproxima-se da China, com a chamada política do ping-pong, a partir
da visita do secretário de Estado de seu governo, Henry Kissinger, a Pequim, em
1971. As investigações do caso Watergate levam Nixon a renunciar em 1974,
antecipando-se ao decreto do impeachment pelo Congresso.
Caso Watergate – Durante a campanha eleitoral
de 1972, um grupo de homens é detido pela polícia ao invadir à noite a sede do
Partido Democrata, de oposição, no edifício Watergate, em Washington. O jornal
The Washington Post revela o envolvimento do grupo com colaboradores diretos do
presidente Nixon, que são demitidos e processados. Durante a investigação
oficial que se segue são apreendidas fitas gravadas que demonstram que o
presidente tinha conhecimento das operações ‘’sujas’’ contra a oposição. Em 8
de agosto de 1974, antes que o impeachment seja votado, Nixon renuncia e é
substituído na Casa Branca por seu vice, Gerald Ford, cuja primeira medida é
assinar uma anistia para todos os crimes que Nixon porventura tenha cometido.
Manutenção do
poderio militar
– Depois da derrota no Sudeste Asiático, o governo do presidente Ronald Reagan
retoma a corrida armamentista em 1979, com o projeto Guerra nas Estrelas e a
instalação de mísseis nucleares de médio alcance nos países aliados europeus. O
projeto Guerra nas Estrelas objetiva colocar no espaço um escudo protetor
antimísseis. Essa decisão gera uma onda de protestos pacifistas. Em virtude da
produção de armas, os Estados Unidos consomem mais de 12% de seu orçamento
nacional em gastos militares (cerca de US$ 400 bilhões anuais). Em 1987 os
Estados Unidos renunciam ao projeto Guerra nas Estrelas e iniciam negociações
sobre armas nucleares com a União Soviética. Um acordo sobre eliminação de
mísseis de longo alcance, assinado em novembro, prevê a eliminação dos SS-20
soviéticos e dos Pershing-2 e Cruise, dos EUA. O fim da corrida armamentista
com a URSS, que reduz drasticamente o perigo do confronto nuclear entre as
superpotências, não afeta o predomínio americano no terreno das armas
convencionais.
Limitações da
política externa – Aparecem à medida que os Estados Unidos tentam manter sua política
hegemônica. Os aliados dos norte-americanos apresentam crescente autonomia em
suas decisões. Essas limitações começam com a derrota no Vietnã, a retirada das
tropas americanas do Sudeste Asiático e o acordo de limitação das armas
estratégicas ofensivas, em 1975, durante o governo Ford. As tentativas do governo
Carter, em 1978, de retomar a iniciativa hegemônica, interferindo na crise do
Oriente Médio, não conseguem superar aquelas limitações, que são ressaltadas
com o fracasso do resgate dos reféns na embaixada em Teerã. O governo Reagan
procura retomar a iniciativa, promovendo o fim da crise dos reféns no Irã, em
troca do fornecimento de armas (1981), estimulando o Iraque na guerra contra o
Irã (1981-1988), aumentando a presença militar americana no Líbano (1982) e intensificando a pressão contra as
forças esquerdistas na América Central, com a invasão de Granada (1982), o apoio à ditadura direitista em El
Salvador e o envio maciço de ajuda militar aos guerrilheiros anti-sandinistas
da Nicarágua, os “contras”. A retomada da iniciativa militar dos EUA prossegue
durante o governo de George Bush (1988-1992).
GUERRA DE SECESSÃO
Acontece entre
1861 e 1865, resultado dos atritos entre as regiões norte e sul dos Estados
Unidos, devido à divergência dos sistemas econômico, social e político.
Diferenças
entre norte e sul – Em 1860 predomina na região norte dos Estados Unidos a economia
agrícola dos farmers (pequenos produtores), e a indústria com trabalho
assalariado. O sul está organizado em grandes plantações algodoeiras cultivadas
por escravos negros. A eleição de Abraham Lincoln como presidente, em 1861, com
uma plataforma política nortista, coloca a União em confronto com os sulistas.
Guerra civil – As tensões entre norte e sul
crescem devido às divergências sobre a introdução de uma política
protecionista, defendida pelo norte, e à campanha abolicionista. São criadas
sociedades nortistas que ajudam a fuga de escravos para o norte, onde ganham a
liberdade. Alguns Estados do sul decidem então se separar e criam a
Confederação dos Estados da América (por isso passam a ser chamados de
confederados), com capital em Richmond, Virgínia. Apesar de não ser um
abolicionista radical, Lincoln não aceita o desmembramento da União e declara
guerra ao sul. A resistência sulista é muito violenta, apesar da inferioridade
de forças e do bloqueio naval estabelecido pelo norte. Para conseguir o apoio
dos negros, Lincoln emancipa os escravos em 1863. Em abril de 1865 os
confederados se rendem. Dias depois Lincoln é assassinado por um escravista
fanático durante uma apresentação de teatro.
Conseqüências
da Secessão – A guerra faz 600 mil mortos, causa prejuízos de US$ 8 bilhões e deixa o
sul destruído. Mesmo com o fim da escravidão os negros continuam sem direito à
propriedade agrícola e sofrem discriminação econômica, social e política.
Abraham Lincoln
(1809-1865) nasce no Estado de Indiana, filho de imigrantes ingleses. Começa a
trabalhar muito jovem e, sem poder freqüentar uma escola, torna-se autodidata.
Forma-se em direito e entra para a carreira política elegendo-se várias vezes
como deputado e senador. Em 1861 é eleito décimo sexto presidente
norte-americano, defendendo entre outras coisas, a emancipação gradativa dos
escravos dos EUA. Para conter a iniciativa separatista dos Estados do sul –
escravocratas –, dá início à Guerra da Secessão (1861-1865). É assassinado por
um ator escravista fanático numa apresentação de teatro em Washington dias
depois da rendição dos sulistas.
Anos dourados de Hollywood
Nos Estados
Unidos, após a Depressão, a indústria recupera-se. Hollywood vive os seus anos
de ouro em 1938 e 1939. Surgem superproduções como A dama das Camélias, ...E
o vento levou, O morro dos ventos uivantes e Casablanca. Novos recursos
técnicos possibilitam o desenvolvimento pleno de todos os gêneros. Desafiando o
esquema dos grandes estúdios hollywoodianos, Orson Welles lança, em 1941, O
cidadão Kane, filme que revoluciona a estética do cinema.
Orson Welles (1915-1985), diretor, ator e roteirista,
nasce nos Estados Unidos e estuda pintura no Chicago Arts Institute. Como ator
teatral funda, em 1936, o Mercury Theatre, em Nova York. Dois anos mais tarde
passa a trabalhar no rádio, onde faz em 30 de outubro de 1938 uma emissão
dramatizada da Guerra dos mundos, de H.G. Wells, na qual anuncia a
invasão da Terra por marcianos. Causa pânico na população e ganha notoriedade
nacional. Em 1941 lança O cidadão Kane, onde subverte a narrativa
cronológica, com um enredo não-linear, ousadia na profundidade de campo e
iluminação inspirada no expressionismo. Cria depois outras obras, como It’s
all true (interrompida e concluída postumamente), e Macbeth e Othello,
de inspiração shakesperiana.
MUSICAL
Surge em Hollywood
na década de 30 e se caracteriza por roteiros musicais que mesclam danças,
cantos e músicas. No início dos filmes falados, os musicais sofrem grande
influência do teatro. O filme que definitivamente estabelece o gênero é Broadway
melody, em 1929, de Harry Beaumont. Seu êxito provoca uma onda de filmes
que rapidamente se tornam populares, como Caçadoras de ouro, A canção
do deserto e O rei do jazz. Voando para o Rio, de 1933,
projeta Fred Astaire e Ginger Rogers. Gene Kelly (Diário de um homem
casado), Rita Hayworth (O protegido do papai) e Judy Garland (O
mágico de Oz) também ganham notoriedade.
COMÉDIA
Gênero consolidado
na década de 20, a comédia incorpora novos nomes. Os irmãos Marx brilham com
seus diálogos absurdos e graças de picadeiro em No hotel da fuzarca, Diabo
a quatro e Uma noite na ópera. Os atores Oliver Hardy e Stan Laurel
notabilizam a dupla O Gordo e o Magro em Fra Diavolo e Filhos do
deserto. W.C. Fields, que surgiu no cinema por volta de 1915, destaca-se na
década de 30, com No tempo do onça e A filha do saltimbanco. O
prestígio de Chaplin mantém-se em filmes como Luzes da cidade e Tempos
modernos, que adquirem dimensão política. A combinação de ousadias eróticas
e certa dose de crítica do cotidiano resulta na comédia de costumes, que domina
o cinema americano. O alemão Ernst Lubitsch desenvolve o estilo em filmes como
Ladrão de alcova e Ninotchka, este com Greta Garbo. Outros
representantes: George Cukor (Uma hora contigo), William Wellman (Nada
é sagrado), Leo McCarey (Cupido é moleque travesso), Howard Hawks (Levada
da breca) e um dos maiores nomes das décadas de 30/50, o diretor Frank
Capra.
Frank Capra (1897-1991)
nasce na Sicília e emigra para os Estados Unidos, em 1903. Na juventude estuda
química e matemática. Começa no cinema como argumentista dos cômicos Laurel e
Hardy (O Gordo e o Magro). Na direção, desenvolve uma obra de conteúdo social,
otimista e confiante na democracia americana, que acerta em cheio, nos anos
difíceis da Depressão. Aconteceu naquela noite, de 1934, ganha os
principais Oscars do ano. Do mundo nada se leva (1938), A mulher faz
o homem (1939) e Adorável vagabundo (1941) são seus principais
sucessos.
WESTERN
Gênero específico
americano, o western (faroeste) explora marcos históricos, como a Conquista do
Oeste, a Guerra de Secessão e o combate contra os índios. Cenas de ação e
aventura envolvem caubóis e xerifes. Em 1932 inicia-se uma grande produção de
westerns, onde o caubói é também cantor, como Gene Autry e Roy Rogers. Em 1935,
Cecil B. de Mille produz Jornadas heróicas. Em 1939, com No tempo das
diligências, John Ford abre o ciclo de produções com grandes diretores e
astros, onde se destacam também King Vidor (Duelo ao sol) e Henry King (Jesse
James).
John Ford
(1895-1973), diretor americano nascido no Maine, filho de irlandeses, é um dos
cineastas mais premiados do mundo. Depois de se formar no ensino médio, vai
para Hollywood, em 1914. Começa trabalhando como ator, contra-regra e
assistente nos filmes de seu irmão, Francis Ford, diretor e roteirista da
Universal. Em 1917 estréia na direção, fazendo pequenos westerns. Seus filmes
possuem orçamentos modestos, poucos atores, e alternam dramas com trechos de
comédias. Sangue de herói e O céu mandou alguém, ambos de 1948,
estão entre os westerns mais importantes da década de 40.
TERROR
São várias as
tendências dos filmes de terror, que têm em comum o desequilíbrio e a
transgressão do real. Em 1931, Drácula e Frankenstein entram em
cena. Um ano depois, é a vez de O médico e o monstro, baseado no romance
de Robert Louis Stevenson. Em 1933, o gorila King Kong assusta as
platéias do mundo inteiro.
POLICIAL
O filme policial
surge na França, no começo do século, mas é nos Estados Unidos, a partir da
década de 30, que o gênero se firma. Cenários sombrios e escuros, neblina,
cenas de crimes e violência envolvem detetives, policiais, aristocratas e belas
mulheres. O filme noir – como os franceses o denominaram – logo se impõe
como um grande gênero. Destacam-se Howard Hawks (Scarface) e John Huston
(Relíquia macabra).
Universo mecânico
O aperfeiçoamento
dos motores, das máquinas e as novas formas de energia, como a eletricidade,
dominam o panorama tecnológico de meados do século XIX até a 2a Guerra Mundial. A descoberta e comercialização
do petróleo substituem os motores a vapor pelos de combustão interna. No final
do século XIX, o automóvel é inventado simultaneamente por Henry Ford, nos Estados
Unidos, e Carl Benz, na Alemanha.
Henry Ford
(1863-1947), industrial norte-americano, abandona a escola aos 15 anos e desde
cedo interessa-se por mecânica. Criador da linha de montagem na fabricação de
automóveis, projeta o modelo de carro mais popular dos primeiros anos da
indústria automobilística, o model T, conhecido no Brasil como o
“ford-bigode”. Paga salário acima do mercado para seus operários, mas proíbe
sua sindicalização. Publica três livros – Minha vida e obra (1922), Hoje
e amanhã (1926) e Filosofia de trabalho (1929) – onde relata suas
experiências.
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